Organizada pelo município de Guimarães e pelo Laboratório da Paisagem, a “Green Week Guimarães” promoveu um intenso fim de semana verde. Foram mais de 50 atividades para miúdos e graúdos, com foco na sustentabilidade e na cultura. E centenas de milhares de pessoas responderam à chamada, acorrendo à Alameda de São Dâmaso, onde acabaram impactadas por esta nova ideia de cidade, mais inteligente, descarbonizada e economica e ambientalmente viável.
A par das muitas propostas de atividades lúdicas e de educação ambiental, a festa foi pontuada por alguns momentos oficiais, debates e mesas redondas, onde se lançaram importantes iniciativas. Foi num desses momentos, logo a abrir, que Joaquim Carvalho, diretor municipal de Intervenção no Território, Ambiente e Ação Climática, fez um ponto de situação das iniciativas e apresentou o Selo do Pacto Climático de Guimarães. Trata-se de uma distinção criada pelo município para reconhecer o envolvimento das mais de 120 empresas que já aderiram ao documento. Foi ainda revelada a segunda fase de workshops temáticos para o segundo semestre de 2024, sobre eficiência energética e cálculo de pegada carbónica para as empresas.
Logo em seguida, Domingos Bragança (presidente da Câmara Municipal de Guimarães), José Pimenta Machado (vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente), Gabriela Uchoa (advisor da NetZeroCities), Jorge Portugal (diretor geral da COTEC) e Bruno Veloso (vice-presidente do Conselho de Administração da ADENE) debateram a importância das estratégias locais para a transição climática”, numa mesa redonda moderada pela jornalista Sandra Sousa, da RTP.
Missão 100 Cidades – Guimarães 2030
Durante a sessão, Domingos Bragança defendeu a necessidade de “investimentos profundos e transformadores, de ciclos longos, no ambiente e na mobilidade”, reconhecendo a necessidade de “políticas nacionais, regionais e locais que resistam aos ciclos eleitorais curtos”. Lembrou ainda que “todos os partidos políticos com assento na Assembleia Municipal de Guimarães estão comprometidos com o caminho para um futuro sustentável para Guimarães”. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães destacou ainda a importância da ciência e da inclusão da educação ambiental nos sistemas educativo, comunitário e empresarial como formas de garantir a subsistência do território para as próximas gerações.
A intervenção de José Pimenta Machado no painel recordou o trabalho da autarquia no combate à poluição do rio Ave, explorando ainda formas alternativas de melhorar a eficiência do uso da água no município. Reconheceu que Guimarães é um exemplo a nível nacional e internacional no que à descarbonização e combate às alterações climáticas diz respeito. Já Jorge Portugal destacou a evolução que as empresas nacionais têm feito com o objetivo de incluir a sustentabilidade em todos os seus processos . Sublinhou ainda a criação do Selo do Pacto Climático como forma de distinguir e valorizar as empresas e entidades que tenham o objetivo comum de promover a sustentabilidade e a descarbonização.
Guimarães é exemplo no combate às alterações climáticas
“As medidas aplicadas em Guimarães estão a ser usadas como exemplo e até mesmo replicadas com sucesso em outras cidades europeias da rede NetZeroCities”. A frase é de Gabriela Uchoa que também elogiou Guimarães pelo pioneirismo e pela estratégia global de sustentabilidade desenvolvida. Por fim, Bruno Veloso abordou a pobreza energética, considerando que é necessário “ter em conta a componente social e do rendimento das famílias”, criando “políticas públicas para a sua erradicação em Portugal”. Concluiu a intervenção afirmando que “Guimarães tem todas as condições para ser Capital Verde Europeia em 2026”.
Destaque ainda para as presenças no evento de Francisco Gonçalves (city advisor da NetZeroCities), juntamente com Joaquim Carvalho e Dalila Sepúlveda, do município de Guimarães. Além disso, estiveram ainda representadas diversas cidades europeias, através de membros do grupo de trabalho “Áreas Verdes e Biodiversidade” da Rede Europeia Eurocities – copresidido por Guimarães, em conjunto com a cidade sueca de Estocolmo –, que participaram numa conferência sobre a resiliência hídrica nas cidades.
No final desta conferência teve lugar a entrega do Prémio Brigadas Verdes 2023, ao qual se candidataram 15 Brigadas Verdes do concelho de Guimarães. As Brigadas de Caldelas, Brito e S. Torcato ocuparam os três primeiros lugares . A propósito, Domingos Bragança salientou a importâncias das Brigadas Verdes no caminho ambiental de Guimarães, “porque têm base comunitária e o nosso caminho precisa delas”.
5 de junho de 2024