O Balcão Único de Energia do Município de Guimarães é um serviço de proximidade destinado a apoiar cidadãos, cooperativas de habitação, entidades gestoras, empresas e indústria na implementação de soluções de eficiência energética e energias renováveis no parque edificado do concelho, com especial enfoque no setor habitacional.
Este espaço visa capacitar os diferentes agentes locais, promover a adoção de boas práticas e facilitar o acesso a medidas de reabilitação energética e produção descentralizada de energia. O seu objetivo central é contribuir para a redução do consumo energético, a descarbonização do território e a melhoria do conforto térmico das habitações.
O Balcão integra a Rede Espaços de Energia (redeespacoenergia.pt), uma iniciativa nacional que apoia a transição energética a nível local através da informação, aconselhamento técnico e dinamização de soluções adaptadas às realidades territoriais.
O Balcão Único destina-se a apoiar cidadãos, que sejam proprietários, arrendatários ou usufrutuários de uma habitação, pequenas e médias empresas e entidades, públicas e privadas, proprietárias ou gestoras de edifícios de habitação, no Município de Guimarães.
O Balcão Único de energia do Município de Guimarães apoia aos cidadãos e entidades vimaranenses através do fornecimento de informação sobre medidas de eficiência energética e redução de consumo de energia, programas e apoios de financiamento existentes e legislação em vigor.
O Balcão Único de Energia disponibiliza informação sobre um conjunto abrangente de medidas de eficiência energética e de produção de energia renovável, destinadas a melhorar o desempenho térmico dos edifícios e a aumentar o conforto e a qualidade de vida dos seus ocupantes.
Algumas das soluções que pode considerar incluem:
| Reabilitação energética do património | Os edifícios antigos apresentam frequentemente problemas em termos de desempenho térmico e conforto interior. A reabilitação energética deste património requer uma abordagem equilibrada, que preserve os valores arquitetónicos e culturais, ao mesmo tempo que melhora a eficiência energética. Existem orientações europeias como a norma EN 16883:2017, que ajudam a identificar soluções compatíveis com edifícios históricos, permitindo reduzir consumos, combater a pobreza energética e contribuir para a transição climática. |
| Isolamento térmico | O isolamento térmico da envolvente do edifício, paredes, coberturas e pavimentos, é uma das formas mais eficazes de melhorar a eficiência energética. A aplicação de sistemas como o ETICS (vulgo “capoto”) pelo exterior é particularmente adequada ao clima português, reduzindo perdas térmicas e melhorando o conforto. Quando não é viável isolar pelo exterior, podem aplicar-se soluções interiores ou injeção de materiais isolantes nas caixas de ar. Estas intervenções podem reduzir em 50% as perdas de calor e prevenir problemas como bolores, condensações ou infiltrações. |
| Janelas e sombreamentos eficientes | As janelas têm um papel crítico no desempenho térmico e acústico das habitações. A substituição por janelas com vidro duplo ou vidro de baixa emissividade, associadas a caixilharias eficientes (em PVC, madeira ou alumínio com corte térmico), contribui para reduzir perdas de calor e ganhos solares indesejados. Complementarmente, o uso de elementos de sombreamento exterior, como estores, portadas ou palas, permite controlar a radiação solar, otimizando o conforto ao longo do ano. |
| Iluminação eficiente | Para uma iluminação energeticamente eficiente, recomenda-se a substituição de lâmpadas convencionais por soluções LED, que consomem menos energia e têm maior durabilidade. Em espaços comuns ou de uso intermitente, como escadas e garagens, a instalação de sensores de movimento e temporizadores contribui para evitar consumos desnecessários. Apesar de um custo inicial ligeiramente superior, a eficiência e a redução de manutenção justificam plenamente o investimento a médio prazo. |
| Climatização sustentável | Os sistemas de aquecimento e arrefecimento têm forte impacto no consumo energético das habitações. A instalação de bombas de calor ou caldeiras a biomassa permite climatizar de forma eficiente e sustentável. Quando possível, recomenda-se a integração de sistemas centralizados com acumuladores de água quente a temperatura superior a 60 °C. Caso tal não seja viável, pode recorrer-se a radiadores elétricos com acumulação, que libertam calor de forma gradual. Estas soluções permitem reduzir custos energéticos mantendo elevado conforto térmico. |
| Aquecimento de águas sanitárias | O aquecimento de águas sanitárias representa uma fração relevante do consumo energético doméstico. A solução mais eficiente e sustentável é o sistema solar térmico, que permite aquecer a água com recurso à radiação solar e armazená-la para utilização posterior. Este sistema pode ser complementado com resistências elétricas, caldeiras ou bombas de calor. Outras opções incluem esquentadores de condensação ou caldeiras de alto rendimento, que garantem maior eficiência no uso de energia. |
| Equipamentos e eletrodomésticos eficientes | Os eletrodomésticos representam uma parcela significativa do consumo energético em casa. A substituição de equipamentos antigos por modelos com etiqueta energética A permite melhorar o desempenho global da habitação. A correta utilização e manutenção, como manter filtros limpos ou evitar funcionamento em vazio, também contribuem para reduzir o consumo. A escolha de equipamentos mais eficientes permite poupanças consideráveis ao longo do seu ciclo de vida útil. |
| Produção de energia renovável | A instalação de sistemas fotovoltaicos para autoconsumo permite gerar eletricidade a partir da radiação solar, reduzindo a fatura energética e a dependência de fontes fósseis. Estes sistemas são especialmente vantajosos quando combinados com bombas de calor, eletrodomésticos eficientes ou carregamento de veículos elétricos. A energia produzida pode ser consumida localmente, armazenada (com baterias) ou injetada na rede. A instalação deve ser dimensionada de acordo com as necessidades reais da habitação. |
| Comunidades de energia renovável | As comunidades de energia renovável (CER) são agrupamentos de cidadãos, empresas ou entidades públicas que produzem, consomem e gerem energia de forma colaborativa, local e descentralizada. Estas comunidades permitem reduzir custos, partilhar excedentes de energia e reforçar a resiliência energética local. |
| Certificação energética | O certificado energético de edifícios é um documento que classifica a eficiência energética de um imóvel ou fração numa escala de A+ (muito eficiente) a F (muito pouco eficiente). Este certificado é emitido por peritos qualificados e independentes. Qualquer proprietário pode solicitar a certificação energética do seu imóvel, no entanto em determinadas situações, a certificação energética é obrigatória, nomeadamente aquando da celebração de contratos de venda, arrendamento ou locação de imóveis, entre outros casos definidos na legislação em vigor. |
| Gestão eficiente de resíduos | A prevenção da produção de resíduos é o primeiro passo para uma gestão mais eficiente do ponto de vista energético. A adoção de hábitos de consumo consciente, como a compra de produtos a granel ou com embalagens reduzidas, contribui para reduzir o uso de materiais energicamente intensivos. A compostagem de resíduos orgânicos e a separação para reciclagem de papel, plástico, vidro e metais evitam a deposição em aterro e a necessidade de extrair novas matérias-primas, poupando energia e reduzindo emissões de gases com efeito de estufa. |
| Mobilidade sustentável | A adoção de modos de transporte sustentáveis, como caminhar, andar de bicicleta ou usar transportes públicos, permite reduzir emissões e dependência energética. Quando o uso do automóvel é necessário, há práticas que melhoram a eficiência, como o planeamento de percursos, a condução suave e a manutenção regular do veículo. A partilha de veículos (carpooling, carsharing) e a transição para veículos elétricos são igualmente opções que promovem uma mobilidade mais eficiente e com menor impacto ambiental. |
A implementação de medidas sustentáveis, como a renovação profunda de edifícios ou a adoção de tecnologias verdes, pode requerer investimentos significativos. Alguns dos apoios públicos e financiamentos disponíveis, à data, bem como futuros, para promoção da eficiência energética e redução de emissões do parque habitacional incluem:
E‑Lar – Eficiência Energética e Conforto Térmico
| O programa E‑Lar, a lançar em breve, pretende substituir gratuitamente fogões, fornos e esquentadores ineficientes ou a gás por modelos elétricos de classe A ou superior. Inicialmente limitado a famílias vulneráveis, foi alargado a todas as famílias residentes em Portugal Continental e Regiões Autónomas. O apoio cobre 100% do custo para os agregados com tarifa social ou apoios mínimos. O esquema deverá seguir um mecanismo semelhante ao dos cheques para veículos elétricos. |
Fundo Ambiental
| O Fundo Ambiental apoia políticas de desenvolvimento sustentável em áreas como alterações climáticas, recursos hídricos, resíduos e biodiversidade, dispondo de financiamento para projetos que promovam a eficiência energética, o autoconsumo e as comunidades de energia renovável. Mais informações podem ser consultadas no portal do Fundo Ambiental: www.fundoambiental.pt |
| Portugal 2030 | O Portugal 2030 disponibiliza um conjunto alargado de incentivos financeiros à transição climática e energética, através de programas operacionais nacionais e regionais. Estes apoios visam promover a eficiência energética, a utilização de fontes renováveis, a descarbonização da economia e a modernização de infraestruturas e edifícios. Estão regularmente abertos avisos de concurso dirigidos a empresas, municípios, instituições sem fins lucrativos e outras entidades públicas e privadas, para financiar projetos de reabilitação energética, autoconsumo, mobilidade sustentável, inovação tecnológica e adaptação às alterações climáticas. Mais informações podem ser consultadas no portal www.portugal2030.pt. |
Se pretender informar-se sobre mais medidas de eficiência energética, pode consultar o Manual do Cidadão para a Eficiência Energética.
– Manual do Cidadão para a Eficiência Energética
– Manual de Soluções de Eficiência Energética em Edifícios de Guimarães
– Manual de Boas Práticas de Eficiência Energética na Indústria