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Bairro C: um pacto verde com os cidadãos rumo à cidade inteligente e sustentável

O Bairro C está já em construção. Trata-se de um dos mais recentes projetos-piloto de inovação social e ação climática do município de Guimarães que envolve cidadãos, universidades e organizações culturais e artísticas com vista à neutralidade carbónica.

Situado entre a zona de Couros, Caldeiroa e Avenida Conde Margaride, o Bairro C aposta numa abordagem integrada nos domínios da energia, mobilidade, resíduos e uso do solo, alavancando a mudança comportamental, inovação social, cultura, política, tecnologias verdes, finanças sustentáveis e novos modelos de negócio.

A peça-chave do projeto é um Pacto Climático  com os cidadãos e agentes locais para a neutralidade climática e processos de cocriação, tornando assim possível a atuação no combate às emissões em todos os seus domínios.

A ideia é criar um espaço que seja um laboratório vivo de ideias assente nos pilares da Cultura, Criatividade, Conhecimento e Ciência, desenvolvendo-se como um espaço para inovação e experimentação, oferecendo novas leituras sobre a relação entre a cidade, a criação artística, a comunidade e, claro, a sustentabilidade ambiental.

Por isso mesmo, o Bairro C enquadra-se na estratégia de Guimarães 2030 e integra o programa NetZeroCities  e vai ser a área urbana piloto de Guimarães a adotar estratégias rumo à neutralidade climática. Sempre em estreita parceria com os cidadãos. A adesão dos cidadãos à meta Carbono Zero é tida como essencial para o sucesso das iniciativas associadas, nomeadamente a promoção da utilização do transporte público, da eficiência energética e da produção local de energia renovável, nomeadamente em edifícios históricos, e de estratégias de economia circular.

Bairro C é uma das boas práticas europeias em destaque

O projeto “Bairro C – Compromisso Carbono Zero”, implementado pelo município de Guimarães, foi distinguido pela Plataforma Europeia do Património (European Heritage Hub) como uma das 10 iniciativas de boas práticas locais inovadoras em cidades de toda a Europa. A decisão, anunciada em abril de 2024, surgiu após uma fase aberta de candidaturas – que contou com 40 participações de 33 cidades e regiões europeias –, e destaca o Bairro C como prática local exemplar no domínio do património cultural, contribuindo também para a transformação ecológica, digital e social da sociedade. Os critérios de seleção avaliaram o alinhamento das práticas apresentadas com os temas transversais ao projeto da plataforma, dando especial atenção ao conceito de tripla transformação (cultural, ambiental e social) e ao caráter inovador das iniciativas.

Esta iniciativa servirá de base para futuras atividades da Plataforma Europeia do Património, a começar já este ano, com a realização de visitas de aprendizagem entre pares, cada uma aberta a 20 participantes, em duas cidades selecionadas entre os 10 vencedores. Cada uma das práticas selecionadas será também apresentada individualmente e em detalhe numa série de artigos que a entidade europeia irá publicar nos próximos meses. Uma variedade de estudos de casos, para além dos 10 selecionados, será ainda apresentada em quatro webinars temáticos.Guimarães foi o único município português a figurar na lista de eleitos, que também conta com cidades como Barcelona, Estocolmo, Glasgow ou Liubliana, entre outras.

De Património da Humanidade a Capital Verde:
Uma estratégia com mais de 30 anos

Além do Bairro C, refira-se que, nas últimas décadas, Guimarães tem vindo a desenvolver um conjunto de projetos estratégicos, de médio e longo prazo, capazes de potenciar processos de regeneração urbana, valorização do património histórico edificado e potenciação do tecido de indústrias criativas, através de programação e criação contemporânea. A inclusão do Centro Histórico de Guimarães na Lista indicativa do Património Cultural da UNESCO, em 2001, e a Capital Europeia da Cultura, em 2012, são os maiores marcos desta estratégia delineada há mais de 30 anos.

Sete metas para o Bairro C

  1. Interpretar o território abrangido pela Zona de Couros, Teatro Jordão, Rua da Caldeiroa, Casa da Memória de Guimarães e Centro Internacional das Artes José de Guimarães, e respetivos percursos pedonais, consubstanciando discursivamente a implantação prévia de equipamentos criativos, culturais e científicos;
  2. Promover a reconversão do tecido económico, através do desenvolvimento do setor terciário e das indústrias culturais e criativas, estimulando a competitividade, inovação e criação de emprego qualificado;
  3. Assumir a Arte Urbana como expressão artística de espaço público, alargando as oportunidades para artistas de várias áreas, apoiando a criação artística e proporcionando um contacto abrangente da população com a mesma;
  4. Sensibilizar a população para a importância do património histórico edificado do território e do património natural, especialmente a ribeira de Couros, promovendo a participação cidadã na definição das políticas públicas e no modelo de cidade preconizado;
  5. Construir um corpo teórico pluridisciplinar que permita o desenvolvimento de reflexões mais fundamentadas sobre a cidade contemporânea e os desafios que a circunscrevem;
  6. Valorizar o património material e imaterial do território, através de intervenções de regeneração urbana, e diversificar a oferta turística associada, corporizando uma programação cultural em rede que consolide atividade permanente no espaço;
  7. Desenvolvimento de linhas de programação que fomentem a cooperação institucional e a mediação de públicos.

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